A Psicóloga Clínica Rute Sousa é parceira da marca Zen Workout e escreveu um artigo para reforçar o olhar integrativo que a marca tem sobre a saúde do indivíduo e, desta forma, agregar mais conhecimento para a nossa comunidade.
O exercício físico, em primeiro lugar, e isto é um facto mais que debatido, é protetor da saúde. Física ou mental, previne doenças. O ser humano é bio-psico-social e acrescentava aqui também o lado espiritual, neste sentido, todos estes sectores se inter-influenciam. Podemos considerar também que é um aliado no tratamento, funcionando como atividade de cariz terapêutico, neste sentido é um fator protetor da saúde.
(Hábitos de exercício físico ao longo do tempo)
A nossa sociedade evoluiu exponencialmente, alterando consequentemente os nossos hábitos e comportamentos. Os nossos antepassados tinham um estilo de vida ativo, motivados pelo instinto de sobrevivência, caçavam, trabalhavam no campo. Atualmente, grande parte da população mundial é sedentária. Muitas profissões mudaram ao longo do tempo, a industrialização também nos tornou mais passivos e as consequências dessas transformações estão latentes no nosso dia a dia. Vivemos numa época onde a maior parte dos seres humanos não investe em atividade física, não sente necessidade em se exercitar, exceto em casos nos quais existe um gosto pessoal. Esta realidade reflete-se em muitos contextos, incluindo o contexto laboral. Se repararmos as profissões que requerem o intelecto são as mais bem remuneradas e reconhecidas. Assim, muitos de nós acabamos por deixar o exercício físico de lado. Usamos milhares de desculpas para os evitar, sendo o “não tenho tempo” a mais famosa. Uma vez que as nossas prioridades geralmente são o trabalho e a família, evitamos preencher o tempo livre com atividades físicas.
O sedentarismo, todavia, é extremamente prejudicial para a nossa saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade física é considerada o quarto maior fator de risco de morte no mundo.
(A importância dos exercícios físicos na saúde mental)
Na saúde mental, a história é parecida. A atividade física regular não proporciona apenas a redução de peso ou a perda das tão famigeradas “gordurinhas”. Ela melhora a nossa capacidade cognitiva, reduz os níveis de ansiedade e stress, fornece energia vital e aumenta a autoestima.
Para além disso, os movimentos realizados durante a atividade física libertam as famosas endorfinas que atuam ao nível do sistema nervoso central proporcionando sensações de bem-estar físico e mental. A tão popular hormona da felicidade traz muitos outros benefícios, tais como melhoria em termos de memória, elevação do humor, aumento da disposição física e mental, melhoria na concentração, fortalecimento do sistema imunitário, alívio de dores e tensões musculares, melhoria na qualidade do sono, entre outros. A serotonina, neurotransmissor responsável pela regulação do humor e regulação do sono, entre outras funções, também é libertada. Todos estes fatores exercem impactos positivos em diversos transtornos mentais, como a ansiedade, a depressão, a síndrome do pânico, o déficit de atenção e hiperatividade (THDA).
Para quem não tem apetência para se exercitar em ginásio existem dezenas de práticas que relaxam a mente, como o zen workout, o pilates e/ou o yoga, que melhoram a resistência como a hidroginástica ou podemos sempre tirar os ténis do armário e fazer uma caminhada de 30 minutos a 1 hora semanalmente. Aliás, está comprovado que a caminhada ajuda a combater a depressão leve a moderada.
(O papel dos exercícios físicos no tratamento de transtornos mentais)
Mas, por que exatamente os exercícios físicos são tão eficazes para tratar transtornos mentais?
Acredita-se que a atividade física combata aspetos específicos dos transtornos mentais, podendo, dessa forma, catalisar o tratamento psicológico. Com a prática do exercício físico exercitamos a atenção plena. Com a mente ocupada, fazemos uma pausa das nossas preocupações e emoções negativas. É por isso que muitas pessoas utilizam o exercício físico como uma forma de terapia.
A sensação de controlo é outro aspeto que contribui para o tratamento de transtornos mentais, pois normalmente a pessoa com um distúrbio acredita que não possui controlo sobre a própria mente e corpo. Com a prática contínua, começa a construir mais segurança em si mesma.
Outro fator tem a ver com a quebra de rotina. A depressão, a ansiedade, o pânico, o transtorno de stress pós-traumático e o stress crónico são paralisantes. Pessoas com transtorno mental normalmente mostram-se estagnadas, com medo de tudo e de todos, mas, principalmente, de situações novas. A prática do exercício físico contribui para a integração de novos hábitos, novos ambientes e novas interações. Deixar a segurança do Lar para praticar uma atividade física ou um desporto, contribui em grande medida para quebrar esse ciclo de estagnação.
Estes pequenos passos contribuem para uma melhoria ao nível da qualidade de vida e felicidade.